Modalidade de Despacho Térmico do ONS

Geral

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é o órgão responsável pelo controle e coordenação da operação do sistema elétrico brasileiro. Para garantir o suprimento de energia elétrica, o ONS utiliza diversas fontes de geração, incluindo as termelétricas.
O despacho térmico refere-se ao acionamento das usinas termelétricas, que geram eletricidade a partir da queima de combustíveis fósseis (como carvão, gás natural, óleo diesel etc.) ou outras fontes de energia térmica, como a energia nuclear. Essas usinas podem ser acionadas quando a demanda por eletricidade é alta ou quando há problemas de fornecimento de energia das usinas hidrelétricas, que dependem das condições climáticas e do nível dos reservatórios.
A necessidade de acionar usinas termelétricas está diretamente relacionada às condições do sistema elétrico e à disponibilidade das diversas fontes de geração. O despacho térmico ocorre conforme a determinação do ONS para garantir o fornecimento de energia elétrica necessário à demanda do país. Na sequência será apresentado as modalidades de despacho térmico utilizado pelo ONS.

Inflexibilidade no Despacho Térmico

A Inflexibilidade, também chamada de Necessidade do Agente. é uma modalidade de despacho declarada pelos Agentes para atender aos seus requisitos, independentemente do custo. O valor declarado de inflexibilidade pelo Agente corresponde ao valor de despacho obrigatório pelo ONS de uma usina termoelétrica. Esta modalidade caracteriza-se pela geração declarada pelo agente para atender suas necessidades. tais como:
Programa de conservação de unidades geradoras.
Realização de testes de interesse exclusivo do próprio Agente.
Atendimento a compromissos associados ao consumo de combustível (carvão, Gás Natural e óleo Diesel).

Para esta modalidade de despacho, o Custo Variável Unitário (CVU) é maior do que o Custo Marginal de Operação (CMO).

Toda a geração programada por inflexibilidade será apurada como inflexibilidade, independentemente do valor de geração despachada. Por exemplo: uma programação de 500 MW, cuja geração verificada foi de 510 MW ou 490 MW, será titulada toda como inflexibilidade.
Outro ponto é que os desvios de geração verificados serão apurados como inflexibilidade, independentemente do motivo programado, respeitando os critérios de alocação de cada motivo. Por exemplo: caso ocorra uma geração acima do programado, em uma outra modalidade que não seja por Ordem de Mérito Custo, será apurado como inflexibilidade. Também é apurado como inflexibilidade períodos de rampas de carga (elevação da usina para carga base ou geração programada).
Esta modalidade de despacho será remunerada na Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE) pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

Ordem de Mérito de Custo no Despacho Térmico

Esse processo busca o atendimento à demanda de energia elétrica com base no menor custo total para o sistema, considerando a disponibilidade de geração e as condições futuras de atendimento. Para esta modalidade de despacho, o Custo Marginal da Operação (CMO) é maior que Custo Variável Unitário (CVU).

A usina pode ser despachada por ordem de mérito de custo em um ou mais patamares semi horários de carga.

Restrição Elétrica no Despacho Térmico

Despachos por necessidade do SIN ou por restrições elétricas no SIN são aqueles determinados pelo ONS para garantia da confiabilidade e estabilidade do sistema elétrico.

No caso da restrição elétrica, o Custo Variável Unitário (CVU) é superior ao Custo Marginal de Operação (CMO). A apuração do despacho por restrição elétrica nos horizontes semanais, programação diária e tempo real.

            Esta modalidade de despacho é preponderante em relação às inflexibilidades declaradas pelos Agentes e à otimização energética. Esses despachos podem ser programados/reprogramados em duas situações possíveis:

  • Constrained-on: é quando a usina termelétrica, não despachada por ordem de mérito de custo, é comandada a elevar a geração em função de uma restrição elétrica no SIN. Os montantes de geração verificada apuradas como restrição elétricas serão contabilizados na CCEE e remunerados pelo CVU da Usina.
  • Constrained-off: é a situação em que a Usina Termelétrica, despachada por ordem de mérito de custo, tenha que reduzir sua geração, seja na etapa de programação ou em tempo real, em função de uma restrição elétrica no SIN. O montante não gerado será remunerado pela diferença entre o PLD e o CVU da Usina.

Garantia de Suprimento Energético

O despacho por garantia de suprimento energético é o despacho de geração, decorrente de decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, com vistas à garantia de suprimento energético. Os despachos por razão de segurança energética possuem características de maior prazo, objetivando a manutenção de níveis de armazenamento até o próximo período úmido. Nesta modalidade, sempre o Custo Variável Unitário (CVU) é superior ao Custo Marginal de Operação (CMO).

Despacho complementar para manutenção da reserva operativa

Essa modalidade de despacho em usinas termelétricas despachadas centralizadamente. Tem o objetivo de preservar a reserva de potência operativa nas unidades geradoras hidráulicas participantes do CAG, em qual quer subsistema. Os preços ofertados e as restrições operativas deverão ser informados ao ONS na semana operativa que antecede o despacho. Nesta modalidade de despacho, o preço ofertado é superior ao Custo Marginal de Operação (CMO).

Geração fora da Ordem de Mérito no Despacho Térmico

A Geração fora da Ordem de Mérito se trata da geração termelétrica de uma usina que não esteja despachada por ordem de mérito de custo, para compensar futuras indisponibilidades por falta de combustível em uma usina despachada por ordem de mérito de custo. Na geração fora da ordem de mérito, o Custo Variável Unitário (CVU) é superior ao Custo Marginal de Operação (CMO). Esta modalidade de despacho somente poderá ser solicitada na fase de programação.

Unit Commitment

            A representação da geração por unit commitment tem como base a consideração das restrições das unidades geradoras térmicas (como tempos mínimos ligada/desligada, trajetórias de acionamento e desligamento, rampas máximas para tomada/alívio de carga, custo de partida, geração mínima e máxima e operação de unidades térmicas a ciclo combinado). Esse tipo de representação pode ser considerado em modelos de otimização, quando se busca o menor custo total para o sistema. considerando a disponibilidade de geração e as condições futuras de atendimento.

+ posts

Contato: Linkedin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.